8 de maio de 2008

(DES)Acordo?

Trancrevo abaixo um mail que recebi de um amigo e a posterior resposta de uma das pessoas que, tal como eu, recebeu o mail:

Mail do R.:
«DIGAM NÃO ao Novo acordo Ortográfico da Língua Portuguesa!

Húmido sem 'h'??????????????
Facto sem 'c'???????????????

Afinal onde fica a etimologia das palavras? A língua tão bem tratada por Camões nasceu em Portugal ou no Brasil?
Pois eu continuarei, orgulhosamente a escrever Humidade, Húmido, faCto, aCto, aCção!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Leiam e assinem, se concordarem.

Se são portugueses e vos resta algum orgulho nacional **Contra o acordo ortográfico, preencham a petição**.

Ninguém tem que alterar a sua forma de escrever para que nos entendamos. Nem os portugueses nem os guineenses nem os brasileiros!
Cada um dos nossos povos lusófonos, tem evoluído e irá continuar a evoluir com as suas especificidades e influências e é na diversidade que nos identificamos como povos.
Nenhum acordo me pode obrigar a escrever como os brasileiros nem vice-versa.

Um **FACTO** para mim, não é um **FATO**!
Um **CÁGADO** não é um **CAGADO**!

Esta imbecilidade só é possível num país tão fraco, com políticos tão fracos e com um povo que tem exactamente o que merece devido ao seu desinteresse por tudo. Deixarem que o nosso maior património seja adulterado por interesses puramente económicos?!?!
**Acham que os ingleses mudariam a sua escrita porque os americanos
são**** ****mais?
**** E os espanhóis com a América do Sul???
E a França mudaria a sua ortografia por imposição do Canadá?

** **É UMA VERGONHA!**

** **Será que continuaremos a comemorar o 5 de Outubro ou o 5 de outubro?

Tristes daqueles a quem isto não faz confusão.
Acham que por haver este acordo os brasileiros vão saber o que é o //_pequeno-almoço_//?
Será que irão começar a usar esta frase em vez de //_café-da-manhã_////_ _//?
Simplesmente ridículo!
** **Já agora e como nota de rodapé, fiquem a saber que vamos alterar
**3 vezes** mais palavras do Brasileiro para o Português do que o contrário! A escrita portuguesa vai ser completamente abrasileirada.
Não posso concordar.

Eu, podem ter a certeza que apesar de quererem acabar com o HÍFEN, porque tenho orgulho em ser português e no meu nome de família, me continuarei a chamar até ao fim dos meus dias, Pedro Sá-Chaves.

Cliquem no link:
http://www.petitiononline.com/asdf54gf/petition-sign.html e assinem a petição!!!»


Resposta da P.:
«Caros Amigos,

Não vamos cair na cretinice do racismo e da xenofobia para o qual nos querem levar com esta discussão idiota…

Existe simplesmente o português!

Uma língua viva!

Que tem vindo a evoluir culturalmente ao longo dos séculos, ou acham mesmo que D. Afonso Henriques falava como nós?

Ou mesmo Camões, que, infelizmente, já não desperta interesse nenhum na maioria nossos jovens, mas de quem gostamos nos lembrar quando nos dá jeito.

Saudosismo…

Saudade.

Palavra e conceito tipicamente portugueses e de que nos orgulhamos tanto!

Recordam-se quem foi eleito o maior português de todos os tempos?

Saudosismo…

Deixemos de olhar para trás… Voltemos os olhos para o futuro!

O português tem as suas expressões, características e sotaques próprios de Norte a Sul, de Este a Oeste, e não é preciso sair do nosso país para verificar esta verdade.

Algum alfacinha consegue entender um madeirense, ou pior, um açoriano? E os mouros e os do Norte, e os Alentejanos,…

Hoje escrevemos farmácia, mas o meu avô escrevia pharmácia: alguém está preocupado com a etimologia da palavra?

Os vossos candeeiros têm “abajur”? (francês)

Vão passar férias ao “Algarve”, a “Alcácer”? (árabe)

Vai comprar algum CD hoje? (inglês)

Vão ver, quando os romanos cá chegaram os iberos já falavam latim…

Deixemos de ser cotas!

Contra facto não há argumentos: é o povo que faz a sua língua, falando e escrevendo.

E a língua não é propriedade privada.

Termino o meu desabafo enviando um abraço a todos os utilizadores da nossa preciosa língua, levada todos os dias aos quatro cantos do mundo, pois são eles que fazem a sua riqueza!

PS: Se alguém já esteve fora de Portugal durante algum tempo, de férias ou em trabalho, e depois de tanta estrangeirada, de repente ouviu a nossa língua a ser falada, bem ou mal, não interessa… É uma sensação digna de ser vivida… Se já lhe aconteceu, sabe do que estou a falar…»

Concluo eu:
Parece-me que poderiamos passar o resto da vida a discutir o sexo dos anjos... nunca chegariamos a conclusão alguma!
Se é verdade que nos parecer estranho escrever e ler as palavras de sempre com menos letras, não é menos verdade que não é por aí que o gato vai às filhoses... é preciso evoluir! E para isso servem acordos ortográficos, leis, decretos e um sem fim de decisões tomadas por nenhum de nós...
Aqui, em França, na zona onde vivemos existem cerca de 30 mil portugueses, e se os ouvissem falar... meias palavras em português, terminadas em francês, e não é por isso que deixamos de nos entender!
Somos todos, acima de tudo, cidadãos da Europa e do MUNDO! (pelo menos enquanto não destruirmos os que resta dela...)

H&K

4 comentários:

Kiduxa disse...

Palavras levam-nas o vento.
Eu por cá vou continuar a escrever como me ensinaram na escolinha.
Mai nada;)

Ana Maria disse...

Pois, mas nem sempre mudança é sinónimo de progresso. Neste caso, é retrocesso. E porque é que tem que ser o país de origem da língua a fazer as maiores alterações?
Já agora uma curiosidade. Porque é que na frança se utiliza ainda o termo da idade média quatre-vingts dix para designar 90, quando há muito tempo que os outros países utilizam o vocábulo nonente como na Bélgica por exemplo. Paisinho retrogrado esse hem? E como este há mais exemplos. Uns a mais e outros a menos. Quatro vintes, ta bem deixa....
bjs
Ana

Ana Maria disse...

ah e bons passeios!
(que inveja , tou verde LOL)
O Zé e o André já foram ao parque Asterix mas a je ainda não
BJS
Ana

Rita disse...

Pois, eu cá já assinei. Não li o acordo, mas tb n vale a pena. O k se trata aki, meus amigos, é da "perda de identidade e autenticidade" k o nosso amigo (dos alunos do Mestrado em Turismo Cultural e Animação do INP) Carlos Fortuna tanto fala (e outros srs. k agr n vale a pena tar aki a falar). N acho correCto (td bem, admito k uso abreviaturas) k deitemos por águas (brasileiras) abaixo o k os nossos antepassados construíram. A língua portuguesa é (e, mais 1 vez, Carlos Fortuna) a "ruína", é akilo k resta dos "sítios colunáveis", dakilo k se foi fazendo até aki. Bem, podia ficar o resto da noite a escrever sobre este sr. e os seus colegas k vêm, há já algum tempo, debatendo sobre este assunto. Ms, felizmente, n temos tempo! O k interessa é k n podemos deixar k isto se concretize. Bah. É cm eu. Tb preferia tar melhor, ms n dá...